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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Entrevista Realizada com uma Catadora de Lixo

Ao realizar uma entrevista com uma família catadora de lixo (autônoma), podemos perceber em que condições isso acontece e seus resultados. A pesquisa foi realizada no dia 25de maio, em Engenheiro Pedreira.
A principal entrevistava Maria de Fátima de 58 anos, que já trabalha há aproximadamente a 18 anos com reciclagem dividiu um pouco desta vida conosco.


Grupo: É você mesma que recolhe o material nas ruas ou são outras pessoas?
Maria de Fátima: Já tenho catadores que recolhem, e depois  vendem para mim.

G: A sua família tira o seu sustento somente da vendo dos materiais reciclados?
MF: Sim.

G: Como posso observar, você mora no mesmo local que trabalha?
MF: Sim, eu comprei esta casa já com a intenção de trabalhar no mesmo local, porque o terreno é amplo.


G: Qual é a sua opinião a respeito da preocupação dos governantes e da sociedade em relação ao meio ambiente?
MF: Não tem opinião formada sobre esse assunto.

G: Já sofreu preconceito por causa de seu serviço?
MF: Sim, muita gente fala mal mas, eu não ligo pois é um serviço honesto.

G: Quantas pessoas moram com você?
MF: Quatro pessoas, três filhos, o meu marido e eu.

G: Quem te ajuda na separação do material posteriormente para venda?
MF: Os meus dois filhos, marido e minha irmã.


G: Qual o material mais lucrativo é o papelão, garrafa pet ou alumínio?
MF: Sem sombra de dúvida é o alumínio no entanto, a garrafa pet chega em maior quantidade.

G: Já pensou em trabalhar em outro ramo?
MF: Não me imagino fazendo outa coisa.

G: Quando percebeu que o lixo era lucrativo?
MF: Começou a partir de uma brincadeira sem muito compromisso, em seguida comprando dos catadores, depois vendendo e negócio foi crescendo.

G: O que espera do futuro para seus filhos?
MF: Aquele que quiser continuar eu apoio se não tudo bem.

G: A novela  que retrata a vida dos catadores pode mudar a realidade para melhor?
MF: Não, porque a novela está mais preocupada com a audiência do que com alguma modificação social.

G: Já achou alguma valiosa no meio do lixo?
MF: Não, nunca achei nada de grande valor.

G: Qual foi a coisa mais estranha que achou no lixo?
MF: Nada de anormal. 

G: Os seus filhos estudaram até que série?
MF: O Marcelo, de 20 anos, terminou o Ensino Fundamental e outros dois não quiseram estudar.

G: Em relação  a higiene do local o que você faz para evitar o aparecimento de animais nocivos a saúde?
MF: Limpo toda semana e jogo veneno para os ratos, baratas e moscas …

G:  Em relação a sua segurança ao manusear o lixo qual os cuidados que você toma?
MF: Eu uso luvas e botas.

G: Assim mesmo tomando todos os cuidados necessários já houve algum acidente?
MF: Nunca. 

G: Qual a renda mensal da família?
MF: Não sei o certo pois quando recebo pago os meus funcionários R$ 200,00 por semana e as minhas contas referente a  alimentação, conta de luz, telefone...

G: Para terminar a nossa entrevista gostaria de saber qual é o destino final desses materiais?
MF: Vendo  para ser reciclado por empresas especificas,o ferro vai para Balprensa, o papelão Ribradil e a pet para JRM.

Fotos do local onde é depositado o material que será reciclado.